Risco fiscal nos Estados Unidos faz dólar ceder ante o real 2r145s
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar oscilou entre ganhos e perdas ante o real nesta quarta-feira, influenciado pela percepção de risco fiscal tanto no Brasil quanto nos EUA, até que as cotações se firmaram em baixa na reta final da sessão, mais em sintonia com o recuo da moeda norte-americana no exterior.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,47%, aos R$5,6413. No mês, a divisa acumula perda de 0,62%.
Às 17h04 na B3 o dólar para junho -- atualmente o mais líquido -- cedia 0,35%, aos R$5,6565.
Como vem ocorrendo desde segunda-feira, após o rebaixamento da classificação de risco dos EUA pela agência Moody’s no fim da semana ada, os agentes demonstraram nesta quarta-feira preocupação com a situação fiscal norte-americana.
Em Washington, deputados republicanos tentavam fechar um acordo para aprovar o projeto de lei de corte de impostos do presidente dos EUA, Donald Trump. Analistas independentes vêm afirmando que a legislação pode acrescentar de US$3 trilhões a US$5 trilhões à dívida de US$36,2 trilhões do governo federal.
Os receios em torno da área fiscal dos EUA enfraqueceram o dólar ao redor do mundo, pesaram sobre as bolsas de ações e impulsionaram os rendimentos dos Treasuries, em uma sessão em que os investidores demonstraram clara aversão aos ativos norte-americanos.
Isso fez o dólar ceder ante o real em vários momentos, mas por outro lado as dificuldades fiscais do Brasil sustentavam as cotações.
“O dólar vem andando de lado nos últimos dias, variando entre R$5,60 e R$5,70, com muita dificuldade para superar estes níveis para um lado ou outro”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
“A preocupação com o fiscal norte-americano levou o dólar a perder valor no nível global, mas aqui (no Brasil) não cai mais por conta do nosso próprio fiscal. Temos risco fiscal lá e cá”, acrescentou.
Nesta quarta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória (MP) sobre o setor elétrico que institui a chamada "justiça tarifária", ampliando a gratuidade da conta de luz para milhões de pequenos consumidores.
Os detalhes da MP ainda seriam conhecidos, após publicação no Diário Oficial. Nos bastidores, o governo vinha afirmando que a intenção era de que não houvesse impacto fiscal.
Em meio aos desafios fiscais nos EUA e no Brasil, o dólar marcou a máxima de R$5,6788 (+0,20%) às 9h07, mas se revezou entre baixas e altas em diferentes momentos, até renovar mínimas sequenciais na reta final, já na última hora de sessão, encerrando aos R$5,6413.
"O movimento do câmbio hoje segue a tendência global, com maiores receios sobre a sustentabilidade fiscal de economias desenvolvidas", pontuou André Valério, economista sênior do Inter. "O real apreciou na margem, seguindo a tendência global, mas não observamos nenhuma moeda apresentando ganhos expressivos."
Às 17h19, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,34%, a 99,624.
Nesta quarta-feira, não houve leilão de rolagem de swaps cambiais. Na noite de terça-feira, o Banco Central informou que dará início apenas em 2 de junho aos leilões para a rolagem dos swaps cambiais tradicionais que expiram em 1º de julho, em um total de 499.530 contratos (US$24,98 bilhões).
Como os leilões arão a ser operacionalizados em uma plataforma eletrônica do Departamento das Reservas Internacionais (Depin), sempre com propostas múltiplas de 100, a rolagem desta vez não será exata.
Além disso, a partir de 30 de maio a divulgação dos leilões de swap cambial e dos resultados destas operações será feita exclusivamente via comunicados do BC -- e não mais por meio do link de “resultados de leilões” no site da autarquia.
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