Apesar de prêmios mais altos, Brasil encerra semana negociando 1/3 do volume normal de soja para o período 426i2n

Publicado em 30/05/2025 17:31
País ainda tem mais cerca de 67 mi de t pra vender e produtor está atento ao 2º semestre

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Os futuros do óleo de soja despencaram mais de 3% na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (30) e foi um dos principais fatores e pressão sobre os preços da soja, os quais terminaram o pregão com perdas de dois dígitos nos vencimentos mais negociados. As perdas foram de 10 a 12 pontos, com o julho fechando a semana com US$ 10,41 e o setembro a US$ 10,18 por bushel. 

"O óleo de soja afunda hoje e a soja vai na carona em Chicago. Mais um desdobramento na decisão da Casa Branca sobre a isenção de biocombustíveis para pequenas refinarias", informa a equipe da Agrinvest Commodities. Os mercados têm estado muito atentos às mudanças na legislação norte-americana para os biocombustíveis, mantendo, há semanas, o óleo como o componente mais volátil do complexo na CBOT. 

No paralelo, as atenções do mercado permanecem sobre a condição de clima no Meio-Oeste americano e o desenvolvimento da safra 2025/26 dos Estados Unidos, bem como ao financeiro - com o reestabelecimento das tarifas de Donald Trump - e ao comportamento da demanda da China. 

"O clima favorável no centro dos EUA, aliado a menor demanda global por importações, exerce pressão sobre os preços. No cenário político, o presidente Trump conseguiu um adiamento em sua disputa judicial sobre tarifas, após o tribunal de apelação decidir se as tarifas vigentes permanecerão até que se avalie a legalidade do uso do IEEPA, lei que concede poderes emergenciais", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

O petróleo também cedeu nesta sexta-feira, pesando também sobre os mercados de commodities agrícolas de uma forma geral, em especial óleo e grão de soja. 

No entanto, como explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, "a boa notícia da semana, apesar dela se concluir negativa para a soja em Chicago, os preços ainda vão mantendo o e nos US$ 10,00 por bushel. Perdemos os US$ 10,20, mas não podemos perder os US$ 10,00, porque o e iria para os US$ 9,50, em pleno plantio americano e isso não é nada bom para o produtor global que trabalha em dólares por bushel". 

O consultor explica ainda que "a soja está barata", principalmente porque os Estados Unidos está plantando menos. Além disso, ele destaca ainda o cenário de prejuízo que o produtor norte-americano vem enfrentando, sem poder comercializar soja abaixo de US$ 10,20 o bushel. "Não poderia estar caindo mais do que está, está sendo negativo para o produtor dos EUA e eu acho que já está na hora de corrigir esses preços para cima ou vamos ter falta de oferta de físico, principalmente americano. E neste momento, como os chineses estão pegando mais soja brasileira e não estão pegando americana até um acordo efetivo entre China e EUA, é um mercado muito volátil. E entregou uma sexta-feira muito negativa para Chicago". 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, porém, o cenário é mais favorável para os produtores, principalmente agora que os prêmios voltaram a melhorar, com os compradores querendo mais da soja do Brasil. "Voltamos a ter prêmios acima de 100 pontos, principalmente na posição agosto pelo comprador. O vendedor quer mais", diz Vlamir Brandalizze. 

E nesta sexta-feira, apesar das baixas de dois dígitos na Bolsa de Chicago, com dólar em alta e prêmios melhores, os preços nos mercados de portos e de balcão não sofreram grandes alterações, permanecendo estáveis e ainda dando boas oportunidades de comercialização. 

A semana vai terminando no Brasil com um volume mais contido de soja sendo negociado. "É uma semana em que éramos pra ter negociado três milhões de toneladas, que é a média histórica para a última semana de maio, e vamos fechar a semana com pouco mais de um milhão de toneladas negociadas, um terço do normal, mesmo com o produtor precisando de dinheiro, porque quem vendeu antes já aproveitou momentos melhores", relata o consultor. 

O Brasil já comercializou, aproximadamente 107 milhões de toneladas, contando ainda com mais cerca de 63 milhões ainda para serem negociadas, com o produtor também atento ao que deve surgir de oportunidades de comércio, em especial no segundo semestre. 
 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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