Efeito da valorização do real, comprometendo as exportações brasileiras, pode ser anulado pela alta das commodities 4r6i2q
A partir da posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, que se dará nesta sexta-feira (20), o dólar se torna uma incógnita. Antes mesmo da posse, vários pronunciamentos, feitos pelo próprio Trump, continuam trazendo bastante incerteza em relação aos rumos da moeda americana.
Durante a campanha presidencial, o empresário enfatizou a necessidade de fortalecer a economia americana através de medidas protecionistas. O primeiro entendimento do mercado era de que o incentivo a expansão interna poderia gerar inflação , que consequentemente seria combatida com alta dos juros e fortalecimento da moeda americana em relação às demais moedas do mundo. No entanto, em recente entrevista ao The Wall Street Journal, Trump disse que prefere manter um câmbio mais baixo para o país, já que considera o dólar muito forte, o que pode atrapalhar as exportações americanas.
De acordo com o economista Roberto Troster, Trump "gosta de anúncios populistas". Tanto a valorização quanto a desvalorização do câmbio não dependem de decisão do governo, que na visão do economista, tem capacidade limitada de influenciar a moeda, pois o Banco Central do país é independente.
Mais importante do que especular sobre os rumos da moeda americana, é entender o que pode acontecer com o real frente ao dólar. Para Troster, prognósticos possíveis de serem feitos no momento apontam para uma tendência de valorização do real, frente à moeda americana, seja por um movimento internacional de desvalorização do dólar quanto pela atração de divisas para o país a partir da maior confiança e credibilidade na economia brasileira.
O cenário que a princípio é considerado ruim para o agronegócio - pois com real valorizado a competitividade do produto brasileiro fica comprometida e o faturamento em reais é menor - pode ser compensado por um movimento de valorização dos preços internacionais das commodities agrícolas, ressalta Troster.
Esperando uma safra boa, o setor agrícola deverá colher bons frutos com a economia, na opinião de Troster. A melhora da economia mundial gera maior demanda por commodities e isso fortalece os preços dos produtos, o que na prática, pode anular as perdas provocadas por um câmbio valorizado no Brasil.
De acordo com as estimativas do economista, o dólar deverá chegar a R$3,10 ao final do ano. Por outro lado, a entrada de dinheiro no Brasil depende da confiança e da aprovação de medidas por parte de ajustes fiscais do governo. Troster vê a expectativa para um "crescimento fraco" para o país e aponta também que o Brasil, que está em penútimo lugar no Mapa de Competitividade da Indústria, deve atrair somente capital especulativo num primeiro momento, com investidores interessados nas elevadas taxas de juros brasileiras.
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