Dólar se recupera e fecha em alta ante o real em reação ao aumento do IOF 5d2i4z
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - Após oscilar abaixo dos R$5,60 no meio da tarde, com o mercado reagindo positivamente à contenção de R$31,3 bilhões em gastos pelo governo, o dólar recuperou força e fechou a quinta-feira em alta ante o real, com investidores reagindo negativamente à notícia de aumento do IOF.
Mais do que o aumento em si, a demora do governo em esclarecer detalhes sobre quais operações receberiam uma alíquota maior de imposto gerou ruídos no mercado ao longo da tarde.
O dólar à vista fechou em alta de 0,35%, aos R$5,6611. No mês, a divisa acumula baixa de 0,27%.
No início do dia o dólar subia ante o real, em sintonia com o avanço da moeda norte-americana no exterior e com a queda do petróleo -- produto importante da pauta de exportação brasileira.
Mas já no início da tarde a moeda se firmou em baixa, enquanto investidores se posicionavam antes da divulgação pelo governo, às 14h30, do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, referente ao segundo bimestre do ano.
Por volta das 14h15 -- antes mesmo da divulgação -- o dólar despencou, em meio a informações do jornal Valor Econômico de que a contenção seria de R$31 bilhões e haveria aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A confirmação do número foi feita pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e posteriormente oficializada pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento.
O governo anunciou uma contenção de R$31,3 bilhões em gastos dos ministérios para cumprir regras fiscais, incluindo um contingenciamento de R$20,7 bilhões e um bloqueio de R$10,6 bilhões. Sem essa contenção, o resultado primário de 2025 seria de déficit de R$51,7 bilhões -- fora da meta do governo para o ano.
O mercado aprovou os números em um primeiro momento, o que se refletiu na renovação de mínimas das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) e do dólar. Às 14h40 -- ainda antes da oficialização pelo Ministério da Fazenda -- o dólar à vista marcou a mínima de R$5,5971 (-0,78%).
No entanto, a demora do governo em esclarecer os detalhes do aumento do IOF estressou os negócios, fazendo o dólar recuperar força ante o real. Um dos receios era de que a alteração do IOF pudesse afetar operações de câmbio -- o que de fato se confirmou após o fechamento do mercado à vista, às 17h00.
Depois de os detalhes das mudanças do IOF serem divulgados, o dólar para junho -- atualmente o mais líquido no mercado brasileiro -- aprofundou a alta.
Entre as mudanças anunciadas pela Receita Federal está a cobrança de IOF de 5% para aportes mensais superiores a R$50 mil em planos de seguro de vida do tipo VGBL, sendo que antes havia isenção.
Além disso, a Receita informou mudanças nas alíquotas de IOF em operações de crédito para empresas e em operações de câmbio diversas, como as que incluem compra de moeda em espécie e aplicações em fundos no exterior, entre outras.
Às 17h40 na B3 o dólar para junho subia 0,54%, aos R$5,6880.
No exterior, após a aprovação de nova legislação tributária pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, o dólar sustentava ganhos ante a maior parte das demais divisas. Às 17h36, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,32%, a 99,915.
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