Seca e calor estão dando o tom na redução da oferta de boi, mas apenas produtor capta a situação 4x1p5s
6p475w
Por mais que os analistas tentem ver uma certa corrida para compras de boi face a possível melhora do consumo neste mês, a verdade é que o clima está deixando tudo muito embaralhado. É certo que o pior do lento consumo de janeiro ou, mas certo também que há atraso no apronto de animais, tanto quanto algumas vendas vão sendo feitas para aliviar pastagens, e estão dando o tom do mercado.
Contexto que não é muito bem captado porque a maioria prefere ficar tentando destrinchar a situação no quadradinho sazonal tradicional. Só produtor entende mais de perto a situação.
Com exceção dos extremos do Brasil, as regiões produtoras sofrem com intenso calor e pouca para quase nenhuma chuva e, como nas lavouras, o prejuízo para os pastos é evidente. Há extremos, como no Vale do Araguaia, onde o Luciano de Oliveira acredita que tem "muita gente tirando gado mais liso para bambear as fazendas". Num cenário, naturalmente, de quem não tem recursos para suplementar mesmo com a relativa oferta de alimentos.
Em áreas da região goiana com até 60 dias sem chuvas, como o pecuarista nota, é normal que não haja abundância de animais terminados.
Também do Vale do Araguaia, Marcelo Marcondes reclama do ataque de cigarrinha, ajudando a judiar mais o capim.
Mas a situação é geral em Goiás. Renato Espiridião, outro pecuarista do estado, igualmente percebe um movimento de produtores antecipando abates. Numa outra ponta, há quem consiga aumentar a suplementação dos animais, como Mozart Carvalho de Assis, de Jataí.
Em alguns outros trechos da pecuária de corte nacional, a situação caminha para a mesma verificada em Goiás. Em Aquidauana, por exemplo, nas bordas do Pantanal sul-matogrossense, Frederico Stella diz que ainda há bolsões de pastos com e, mas a deterioração está acelerada e as "chuvas precisam voltar logo".
As escalas lá, que normalmente estariam bem mais folgadas para a época do ano, hoje estão em 10 dias na média, confirmada pelo presidente do Sindicato Rural de Aquidauana.
Do Mato Groso Sul que até semana ada havia um movimento de trânsito de animais para São Paulo, esta semana ficou quase zerado, com os diferenciais de base mais estreitos, até R$ 12,00.
Mais que o entendimento de estar mais concorrida a compra por conta dos frigoríficos se preparando para fevereiro, houve, sim, uma diminuição na disponibilidade de animais terminados.
Em São Paulo, onde ainda há alguma reserva de pastos que não saíram para lavouras, como em parte do Oeste e no Pontal do Paranapanema, a situação é a mesma. O capim está castigado e as previsões não são das melhoras para os próximos dias, segundo Gesner de Olveira, de Santa Cruz do Rio Pardo, mas com invernada em Teodoro Sampaio.
Ele que mata boi em Bauru e Lençóis Paulista observa escalas de 10 dias.
Mais para baixo, no Noroeste do Paraná, o pecuarista de Paranavaí Lineu Gonçaves atribui também ao calor excessivo a perda de sustentação dos pastos e com os "frigoríficos com dificuldade em manter a oferta de R$ 153,00". Ele acredita que as indústrias vão ter que voltar aos R$ 155,00.
Carlos Costa, mais um produtor de Paranavaí, igualmente confirma "as pastagens sentindo a seca" e oferta pequenas.
Extremos melhores
Rondônia e Santa Catarina, as latitudes mais extremas com reserva de chuvas, a situação é inversa. Sérgio Ferreira, comprador do Marfrig e presidente da Associação dos Produtores de Rondônia, de Ji-Paraná, só vê a oferta mais encurtada porque as chuvas dão e para os produtores segurarem mais os animais.
E de Santa Catarina, Ariel Verde, presidente do Frigorífico Verdi, confirma as boas condições das águas no estado.
Algumas cotações:
Goiânia /GO
Marfrig - vaca R$ 136
Minerva - boi rastreado R$ 144
Palmeiras de Goiás/GO
Minerva - boi R$ 139,87 - boi europa R$ 14, 84
Vale do Araguaia/GO
JBJ - boi R$ 138,89 - vaca R$ 125,10
JBS - boi R$ 137,90 - boi europa R$ 140,85 - vaca R$ 135
Aquidauana/MS
Boi R$ 140 - vaca R$ 128/130
Bauru/SP
Mondelli - boi R$ 153
Lençóis Paulista/SP
Frigol - vaca R$ 143
Ji-Paraná/RO
Marfrig - boi R$ 136 - vaca R$ 130
Paranavaí/PR
Boi R$ 152 - vaca R$ 138
Barra do Garças/MT
JBS - Boi R$ 138 - vaca R$ 133
Xavantina/MT
Marfrig - Boi R$ 138 - vaca R$ 133
0 comentário 52272

O Brasil fortalece laços internacionais para reduzir emissões de metano na pecuária

Raça Sindi é conhecida pela rusticidade e se destaca na produção de carne e leite

Chuvas tardias garantem condições favoráveis para os pastos por mais 20 ou 30 dias, em algumas regiões pecuárias

Continuidade do movimento de alta da arroba ainda depende de fatores como demanda interna e oferta de animais

Consolidação do movimento de alta do boi ainda depende de alguns fatores

Scot Consultoria: Preço do boi gordo estável em São Paulo