Mercado ajusta projeções de inflação e vê ciclo de aperto monetário encerrado, mostra Focus 6r1o5k
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SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central fizeram ajustes leves em suas projeções para a inflação neste ano e no próximo e aram a ver que o ciclo de aperto monetário se encerrou com a reunião de maio, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,51% ao fim deste ano, abaixo da previsão de avanço de 5,53% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira foi a 4,50%, de 4,51% há uma semana.
O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Sobre a política monetária do Banco Central, os especialistas aram a ver que o ciclo de aperto monetário se encerrou neste mês, quando o Copom elevou a Selic para o atual patamar de 14,75%.
Se antes a pesquisa Focus mostrava elevação da taxa básica de juros para 15% em junho e um corte de 0,25 ponto percentual em dezembro, ela agora mostra expectativa de manutenção durante o restante do ano, com a Selic terminando 2025 nos atuais 14,75%.
A mediana das projeções para a Selic ao final de 2026 é de que a taxa atinja 12,50%, no que foi a 15ª semana consecutiva de manutenção desse patamar.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,00% neste ano, mesma projeção da semana anterior. Em 2026, a expectativa de crescimento ficou estável em 1,70%.
O resultado vem na esteira da divulgação de dados do IPCA para abril na semana ada, com o IBGE informando que o índice teve alta de 0,43% no mês, depois de subir 0,56% em março. Em 12 meses, o IPCA subiu 5,53% em abril, de uma alta de 5,48% anteriormente.
No Focus desta segunda, houve ainda quedas ligeiras na expectativa para o preço do dólar no final de 2025, a R$5,85, de R$5,86 na pesquisa anterior, e de 2026, a R$5,90, ante R$5,91 há uma semana.
A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 8,5% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano ado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários dos Estados Unidos.
(Por Fernando Cardoso)