Café dispara quase 3% na Bolsa de NY nesta 5ª feira, com correção após últimas baixas e déficit de arábica 523771

Publicado em 05/06/2025 10:31

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A manhã de quinta-feira (5) é de disparada para os futuros do café arábaica negociados na Bolsa de Nova York. Perto de 9h40 (horário de Brasília), os preços subiam entre 2,3% e 2,8% entre os contratos mais negociados, levando o julho a 355,85 e o setembro a 353,25 cents de dólar por libra-peso, em um movimento de recuperação depois das últimas baixas, as quais inclusive levaram o mercado a testar momentos de operação abaixo dos US$ 3,40 por libra-peso. 

O mercado a por uma correção técnica, como explica o diretor da Pharos Consultoria, Haroldo Bonfá. Os traders operam diante de notícias que já conhece, mas ajusta suas posições para as próximas que virão, em especial sobre a chegada das novas safras. Recentemente, os preços chegaram a testar suas mínimas em dois meses em Nova York. 

"Os preços vêm pressionados no último mês diante das projeções de uma produção maior e estoques que poderão crescer", afirmam os analistas do portal internacional Barchart. No entanto, as incertezas sobre as novas safras ainda permanecem no radar dos mercados apesar dar perspectivas. 

Números levantados pela Pharos mostra que entre a safra 2024/25 e a 2025/26 ainda poderá haver um déficit de 2,1 milhões de sacas de arábica, "e esse déficit também ajuda a pressionar a alta", complementa Bonfá. 

Tabela: Pharos Consultoria

Do mesmo modo, o especialista alerta para o contrário no robusta. "Vamos ter bastante robusta e menos arábica. O mundo vai voltar a consumir mais robusta, uma vez que a diferença está enorme, tanto no mercado interno, como no externo". Os dados compilados pela consultoria mostram a possibilidade de um superávit de 5,645 milhões de sacas. 

Tabela: Pharos Consultoria

"A colheita do conilon avança em bom ritmo e a de arábica está acelerando neste início de junho. Os primeiros números das duas colheitas, parecem confirmar as previsões de agrônomos e cafeicultores: Uma safra maior para o conilon, quando comparada à de 2024, e a de arábica, menor que a safra atual. Mas ainda é cedo para conclusões mais seguras", complementa o analista de mercado e diretor do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.

Entre meados de setembro e o início de novembro, os preços do arábica e do robusta se aproximaram bastante no mercado brasileiro, como mostra o gráfico abaixo, também da Pharos. 

Tabela: Pharos Consultoria

Ainda nesta quinta-feira, o mercado encontra e também nas baixas do dólar frente ao real. Perto de 10h45 (Brasília), a moeda americana recuava quase 1%, para ser cotada a R$ 5,59. Com a baixa da divisa, o café brasileiro acaba menos competitivo do que seus pares e dá espaço aos ganhos na Bolsa de Nova York. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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